Parte da sociedade civil não entendeu Téo Pereira, um dos personagens da novela Império que certamente permanecerá no imaginário popular por mais algumas décadas.
Paulo Betti procurou o caminho mais complicado, o da bizarra desumanização deste temível blogueiro vilão. E tem sido rechaçado por alguns críticos apressados.
É na falta de sutileza de seus trejeitos que Betti expressa a sua delicada interpretação de um sujeito amoral.
Téo gosta de nadar em cliques como o Tio Patinhas na Caixa Forte. E cabe ao personagem expressar os mesmos excessos que destila em sua página virtual. O trabalho de ourives executado por Paulo Betti facilita o entendimento de suas razões e emoções pelo público.
É um tour de force equiparável a Jim Carrey em Batman Eternamente, Javier Bardem em Onde Os Fracos Não Tem Vez, Daniel Day Lewis em Meu Pé Esquerdo, Lima Duarte em Roque Santeiro ou ainda Dona Catifunda na Escolinha do Professor Raimundo.
O trabalho do ator é inglório, conduzindo a audiência a intrincados passos de dança pensados pelo autor-maestro. E Paulo Betti escolheu passar longe de qualquer tango para instigar um xaxado bem suingado com o respeitável público que acompanha a fundamental trama das 21h.