Tive a oportunidade de ler recentemente, no blog do glorioso camarada Fefito, a seguinte manchete:
Não sei se essa seria a solução mais acertada para o futuro do programa.
Vejam o outro “humor moderninho” que a Globo lançou esse ano, o formidável Tá No Ar. Foi constantemente ameaçado (ou até derrotado) pelos bordões da Praça É Nossa, que concorria no mesmo horário.
E os dois quadros que mais repercutiram foram exatamente aqueles que se repetiam como farsa: o Datena genérico da “Foca em mim” e o Adnet marxista falando “Globo mente”.
Mesmo a grande referência de humor atual, o Porta dos Fundos, aproveita muito bem os refrões pegajosos de suas curtas comédias, transformando trechos de seus roteiros em bordões multiplataforma.
Nesses tempos bicudos de redes sociais, toda boa hashtag é um novo e promissor bordão nas conversas entre adolescentes desocupados. A própria cultura do meme é descendente direta do bordão.
É justamente daí que nasce meu estranhamento. O mundo inteiro tentando criar o seu “olha a faca!!!” e a Globo quer fechar sua maior fábrica potencial de matéria prima?
A última coisa que o Zorra Total deveria fazer era declarar guerra aos bordões. Existe uma gigantesca demanda reprimida por eles. Tudo o que queremos é encaixar frases feitas que facilitam nossos diálogos cotidianos. E ademã que eu vou em frente!
Também estranhei. Os bordões passam a fazer parte da nossa linguagem informal e por um tempo nos fazem rir, o que, “vamos combinar”, anda difícil. Alguns deles “salvei pra vida”!
Não sabia dessa ideia da Zorra Total, mas eu já vinha pensando como essa coisa do bordão é forte. Quando menos se espera, surge um bordão. “Hoje todo mundo vai na festa… menos Luísa, que está no Canadá”, “hoje é sexta, para a nossa alegria” e o mais recente “taca-le pau nesse [situação] Marco Véio”… é impressionante.
Pra mim essa aversão ao bordão é aquela coisa bem adolescente de que tudo tem que ser “espontâneo”, “autêntico”, etc. Quer dizer, meme feito contra a vontade do inventor pode, mas autor forjar um bordão não pode.