Está cada vez mais difícil aproveitar de maneira satisfatória o desenrolar de uma história acompanhando séries ou filmes.
Existem narrativas inteiras sendo gestadas a partir única e exclusivamente da expectativa. É sempre sobre o que está por vir. E isso criou uma geração de fãs ansiosos e infelizes, sempre no aguardo do que vai ou não acontecer.
Essa mistura de fascínio por spoilers com uma irresistível especulação criativa por parte dos fãs acabou deixando o mercado do cinema e das séries um pouco mais idiota.
Os próximos anos serão muito mais divertidos para quem acompanhar o desenrolar da política brasileira e mundial. O mundo vai explodir feito pipoca, amigos.
Vejam o Governo Trump, por exemplo – tem tudo para ser tão animado quanto nossos blockbusters preferidos de outrora. O noticiário norte-americano tem sido tão frenético quanto a temporada em que a Polícia Federal brasileira e os nossos políticos corruptos não saem juntos de férias.
Os protagonistas estão cada vez mais inusitados e suas ações quase sempre são pura lisergia. Essa gigantesca e intrincada narrativa global ganha novas cores e sabores a partir de quem está contando e quem está assistindo.
Não obstante, trata-se de um formato à prova de spoilers. Por mais que acabe vazando um documento ali e certos contratos acolá, nunca sabemos realmente do que acontece nesses bastidores. Estamos lidando com profissionais, afinal de contas.
E se a surpresa é o melhor trampolim para o encantamento do showbiz, nada melhor do que viver tomando sustos nessa montanha-russa geopolítica cuja queda vem ficando ainda mais íngreme depois da próxima curva.
Um comentário sobre “A política é a última fronteira do entretenimento”