Quem aí gosta de ser enganado? Pois é, todo mundo. Não tem coisa melhor do que investir tempo em dinheiro para curtir coisas que não chegam a ser grandes verdades.

A televisão logo percebeu isso, mas ninguém tinha dinheiro para produzir novelas e séries o tempo todo. Então surgiram os reality shows, uma categoria mais barata de entretenimento que fica num limbo moral e ético entre a mera realidade e o puro show.

Existem os realities de confinamento, como nosso querido BBB e A Fazenda. E existe outro tipo, que costumo chamar de “realidade brifada”. São programas que usam pessoas reais e situações razoavelmente verdadeiras para não precisarem pagar atores convincentes ou roteiristas gabaritados.

A partir desses elementos, é construída uma narrativa que costuma exagerar nas tintas, para que seja possível captar em mídias audiovisuais algo que garanta o mínimo de interesse do público e dos anunciantes.

E é nesse contexto que Pesadelo na Cozinha, mais conhecido como O Programa do Jacquin, se estabelece como um grande acerto da Band nesse período de pós-verdade em que vivemos.

O que vemos é um simulacro de perrengues e desavenças que definitivamente devem acontecer nas cozinhas dos piores restaurantes do país. E mesmo que as atuações não sejam convincentes e a solução dos dramas seja tosca de tão primária, todo mundo se diverte.

Jacquin é um poço de carisma e forma ótimas frases de efeito que conseguem não fazer sentido em duas línguas diferentes. O primeiro episódio foi patético em todo o seu esplendor, o que é exatamente o que se espera desse tipo de atração.

Vai ao ar toda quinta-feira, 22:30, na Band. E dá pra acompanhar pelo YouTube, conforme você pode verificar no arquivo abaixo.