Com o término de mais um ano letivo da Nova Escolinha do Professor Raimundo na Globo, faz-se necessária a entrega dos boletins.

Seu Peru (Marcos Caruso)

NOTA 8

O decano ator está excelente no papel que consagrou Orlando Drummond, o eterno Scooby-Doo. Marcos Caruso costuma ser brilhante em tudo que faz, e esse Seu Peru pós-distópico não é diferente.

Aldemar Vigário (Lúcio Mauro Filho)

NOTA 3

Boa parte da graça do Aldemar Vigário original vinha dos improvisos de dois grandes amigos, Lúcio Mauro e Chico Anysio. A ideia de replicar a experiência com os filhos dos monstros sagrados é simpática, mas nem de longe consegue o mesmo impacto. Tudo soa forçado e sem brilho, mas pelo menos é uma homenagem.

Catifunda (Dani Calabresa)

NOTA 10

Espetacular. É a melhor coisa que Dani Calabresa fez desde que saiu da MTV.

Dona Bela (Betty Gofman)

NOTA 7

Betty Gofman viveu Zezé Macedo no teatro, o que ajuda a explicar como ela conseguiu pegar tantos cacoetes da versão original. Não sou um grande fã da atriz, mas devemos reconhecer que é um bom trabalho.

Dona Cacilda (Fabiana Karla)

NOTA 3

Não tem um décimo do charme e carisma da Cláudia Jimenez. A versão original era provocativa e quase ultrajante – mas ficou só boba nas mãos da equivocada Fabiana Karla.

Zé Bonitinho (Mateus Solano)

NOTA 9

Jorge Loredo era feio como a fome, o que dava uma graça maior ao personagem. Mateus Solano parece galã da Globo, com a diferença de que é um bom ator. Mesmo sem o layout tão arruinado, conseguiu imprimir dignidade ao Zé Bonitinho do século 21.

Rolando Lero (Marcelo Adnet)

NOTA 8

Não é fácil suceder Rogério Cardoso em coisa nenhuma, mas Marcelo Adnet tece uma bonita loa ao grande mestre. Os divertidos jogos de palavras do personagem são a cara do ator, escolha acertadíssima para a dura missão.

Marina da Glória (Fernanda de Freitas)

NOTA 5

A personagem já não era grandes coisas. E a interpretação forçada da Fernanda de Freitas não ajuda muito.

Cândida (Maria Clara Gueiros)

NOTA 0

Maria Clara Gueiros gritando. O mais impressionante é que tem quem goste.

Batista (Rodrigo Sant’Anna)

NOTA 10

Impressionante como o eterno Valéria Bandida conseguiu transformar um inocente puxa-saco em um psicopata. É a reinterpretação mais interessante dessa nova Escolinha.

Joselino Barbacena (Ângelo Antônio)

NOTA 8

O codinome Beija-Flor manda bem ao imitar o avô da Cleo Pires.

Ptolomeu (Otaviano Costa)

NOTA 7

É o melhor trabalho do Otaviano Costa desde que substituiu o Luciano Huck na Band. O único problema, na minha humilde opinião, é quando ele e Mazzeo tentam replicar as brincadeiras que Chico Anysio fazia por conta de Nizzo Neto ser seu filho.

Baltazar da Rocha (Otávio Muller)

NOTA 0

Horrível. Parece que Otávio Muller nunca assistiu a um episódio da Escolinha. O que é uma pena, pois Seu Baltazar da Rocha é um dos melhores personagens da dramaturgia mundial.

Pedro Pedreira (Marco Ricca)

NOTA 10

Apenas Marco Ricca teria a capacidade de fazer jus ao legado de Francisco Milani. O melhor personagem da Escolinha, anteriormente vivido pelo melhor ator da Escolinha, está em ótimas mãos. Ricca é um ourives.

Seu Boneco (Marcius Melhem)

NOTA 6

Marcius parece desconfortável no papel. Ficou longe de repetir o carisma do original.

Galeão Cumbica (Kiko Mascarenhas)

NOTA 0

Confesso que não entendo esse Kiko Mascarenhas. É um dos mais prestigiados atores em comédias da Globo, mas absolutamente incapaz de fazer alguém rir. Uma pena, pois o personagem é formidável.

Capitu (Ellen Rocche)

NOTA 9

É sempre uma luminosa presença.

Armando Volta (Evandro Mesquita)

NOTA 7

Mesquita era o tiozão perfeito para substituir David Pinheiro. Mas algo se perdeu no meio do caminho.

Tati (Fernanda Souza)

NOTA 8

Tenho certa dificuldade para simpatizar com a personagem, vivida originalmente pela lamentável Heloísa Perrissé. Mas a interpretação da Chiquitita e o texto moderno são excelentes.

Raimundo Nonato (Bruno Mazzeo)

NOTA 10

O “filho do homem” está sensacional na pele de Raimundo Nonato. Belíssima homenagem ao grande Chico Anysio.

No mais, espero que a iniciativa ganhe novas temporadas durante muito tempo. Grande abraço.